Espagiria
a arte da transformação
A origem etimológica da palavra espagiria é o resultado da união de duas palavras gregas: spao (separar, extrair, dividir) e gerios ou aghiro (coligar, unir).
Solve et coagula
diziam os antigos Alquimistas
Significa “dissolver e coagular”, uma frase, que faz alusão a um processo que ocorre em todo o universo.
Aquele que analisa a realidade com extrema honestidade
percebe que nada possui existência intrínseca, separada das coisas.
Todo objeto de análise é composto por partes que se relacionam entre si.
Até mesmo um indivíduo, não passa de um sistema composto de outros subsistemas, composto por infinitas partes, físicas/biológicas e psíquicas, energéticas e subtis,
tal como Jung explicava.
A própria existência é dependente deste processo de “dissolução” e “coagulação”,
“destruição” e “criação”,
“morte” e “nascimento”,
o processo de decompor aquilo que era composto,
para que ocorra postumamente
uma nova manifestação.
A existência humana,
não é diferente da existência
de toda a coisa manifesta,
é absolutamente dependente
do conceito dualístico
de Solve et coagula.
Mas não só a existência humana é dependente desta sábia colocação alquímica,
mas também a experiência humana o é.
Ao longo da existência de um indivíduo,
nada permanece estático.
A vida é constante movimento…

Espagiria é compreender a natureza da existência como ela é,
compreender as leis que regem o universo e aceitar a dissolução de bom grado quando ocorre,
a dissolução é necessária para a criação,
separar e unir é o processo através do qual se manifesta a transformação,
é o processo que possibilita a existência e a evolução de sistemas mais adaptados e complexos. Portanto,
compreender o conceito de Solve et coagula
é compreender a natureza da existência.

espagiria
é a arte da transformação do reino vegetal, a Alquimia das plantas.
giulia rosea
quando aplica a espagiria
na elaboração dos produtos implementa procedimentos espagíricos para a transformação da matéria prima do reino vegetal.
Entre eles, a maceração, a destilação, a extração dos componentes minerais a partir da calcinação (cinzas da planta).
GIULIA ROSEA
Começa com a recoleção da planta, no momento “ótimo”,
segundo cálculos astrológicos específicos para cada planta, tendo en conta o seu planeta regente,
a fase lunar, entre outras considerações,
para desta forma maximizar a captação e extração
dos seus princípios ativos.
Cada planta tem o seu momento,
não é o mesmo recoletar num momento aleatório,
tem que se respeitar os ciclos da mãe natureza, e as influências
solares, lunares e astrais.
Princípios básicos espagíricos
Devemos ter em conta 3 princípios básicos :
enxofre
elemento fogo,
qualidade da planta, que representa a essência dos óleos voláteis do vegetal.
sal
elemento Terra, representa o vegetal extraído das cinzas, dos sais da matéria calcinada da planta.
MERCURIO
elemento água, representa a essência da vida do reino vegetal,
o extrato alcoólico
da planta é o portador dessa essência.

Paracelso,
dizia que a planta medicinal "crua" tem que ser dividida nos componentes básicos que ele definiu como Enxofre, Mercúrio e Sal, filosoficamente falando, e então eliminar a matéria que não é essencial. Finalmente, temos que voltar a unificar o composto espagírico, para encapsular toda a informação e princípios ativos, a essência da planta.
Estes 3 elementos formam a trindade dos princípios espagíricos.
O Sal é o principio fixador e incombustível;
O mercúrio representa a volatilidade,
o principio de fusão é
o enxofre é o principio da inflamabilidade.
Extraímos os óleos essenciais da planta por evaporação, com o vapor obtemos o Enxofre.
procedemos à fermentação do resto da planta, para a obtenção do” mênstruo”,
destilamos o álcool produzido por este processo obtendo desta forma
o Mercúrio o (não nos referimos ao metal, mas sim ao princípio
alquímico mercuriano).
finalmente, extraímos os componentes minerais das cinzas calcinadas da planta,
que seria o Sal.
Se diluirmos os óleos essenciais em álcool e procedermos à dissolução dos sais nesse dissolvente, geramos o “remedio”,
o produto final,
ou seja a essência da planta na sua forma mais pura, física,energética e subtil.
Esta essência final não é apenas uma simples mistura de ingredientes,
é uma restruturação de princípios ativos
que dará uma nova integridade ao produto obtido,
respeitando os processos e princípios que se baseiam na transformação e evolução
do reino vegetal.
